Um candidato é "ex-coach", uma outra é a inteligência prodigiosa que já passou por Harvard. Além deles, um esquerdista extremo e um candidato que se candidata a reeleição sem ser muito conhecido da população da cidade. Ainda, um comunicador que quer acabar com os eventos que sempre noticiou. Estes são os candidatos a prefeitura de São Paulo para o pleito que ocorrerrá no primeiro domingo de outubro de 2024.
Eu fui à São Paulo uma vez, assistir a um show da banda U2. Era a turnê 360°. O espetáculo era no estádio do Morumbi. Eu fiquei hospedada em Vila Prudente. Tive que atravessar a cidade da zona leste até a zona sul, para comparecer ao evento.
Percorri o trajeto durante três horas e cheguei cedo. O show correu bem. Voltei com a multidão. Minha amiga insistiu em parar na avenida Paulista para ir a um bar da amiga que nos hospedava. Quase fomos assaltadas. Mas, tudo ficou bem.
O ano era 2011 e eu fiquei impressionada com a disparidade social entre os bairros, as regiões que percorri até chegar ao estádio do Morumbi. São Paulo é uma cidade enorme e muito populosa. E guarda em si diferentes classes sociais, muito díspares. Fica nítido o fosso entre os diferentes níveis da sociedade.
Ontem, assisti a entrevista no programa "Roda Viva" do candidato a prefeito Pablo Marçal (o ex-coach). Fiquei pasma como ele é despreparado para qualquer cargo político, mesmo já tendo exercido o mandato de deputado federal... Parecia uma criança animada e dispersa por estar no mesmo programa que seu ídolo, Ayrton Senna, já pisara. O tempo todo, Marçal se preocupava em fazer o melhor "corte" para colocar na sua campanha. Chegou a fazer um gesto com a mão para sinalizar um "M" de Marçal.
Marçal pouco se preocupava em responder as perguntas dos jornalistas presentes e sempre vinha com perguntas retóricas. Logo nos primeiros cinco minutos, Marçal começou um embate com Malu Gaspar, do jornal "O Globo", que perguntou-lhe sobre uma frase que o candidato havia dito no podcast "Flow". Ele negou ter afirmado aquilo, acusando a jornalista de querer ganhar dinheiro com a "economia da atenção".
Resumindo, este tom de embate durou toda a entrevista no programa "Roda Viva" (cerca de 1h30) o que foi bem cansativo. Todos que perguntavam algo a Pablo, não obtinham respostas específicas. O candidato começava a tocar em outros assuntos e fugia do tema.
Aproveitando que eu estava no pique de me informar, fui assistir o podcast "Flow" em que Marçal esteve presente. Percebi o mesmo problema: o entrevistado saía do tema e não respondia a uma sequer pergunta. O entrevistador chegou a mencionar, de maneira leve e descontraída, algo sobre o "egocentrismo" de Marçal... Coisa que fica evidente quando se percebe o quanto Pablo se preocupa em afirmar-se uma pessoa perfeita para a prefeitura de São Paulo.
Se eu votasse em São Paulo, minha tendência seria votar em Tábata Amaral, a inteligência prodigiosa. Parece ser alguém que tem mais noção da realidade brasileira. Mas, como minha opinião não influi no resultado das eleições em SP, parece que o "ex-coach" vem ganhando crédito da população. E digo uma coisa: meu medo é Pablo Marçal candidatar-se a Presidente da República.
Marçal tem como proposta de governo em SP, construir um prédio de quase 1km de altura... Isso não é real! O que um prédio de 1km vai trazer de benefício para a cidade???
Enfim, fiquei estarrecida com a imaturidade deste empresário, "ex-coach", muito pretensioso. Espero que São Paulo saiba avaliar as competências de seus candidatos e faça a melhor escolha.
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